quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Fotos enviadas  por nosso amigo de pedal George do percurso realizado por ele ao todo foram 110 km percorridos em terreno misto entre as cidades de Timbaúda-PE, Macaparana, Natuba-PB, Salgado de São Félix-PB, ItabaianaPB, Juripiranga-PB, Camutanga-PE, Ferreiros-PE e de volta à Timbaúba.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011





DIA 22 DE SETEMBRO DIA MUNDIAL SEM CARRO

Trânsito: carros e mais carros, ônibus, motociclistas apressados, pedestres.
E nós, ciclistas. Como é que a gente faz?
Pedalar no trânsito parece impossível para muitos, principalmente para quem mora em cidade grande. Será mesmo? Se isto é verdade, por que tem aumentado o número de ciclistas nas ruas?
O que é verdade ou imaginação sobre segurança no trânsito?
Segurança no trânsito é estabelecida a partir de números, estatísticas, encontrados através de pesquisas realizadas com base científica, que dizem de fato o que é seguro, perigoso ou inseguro para o condutor de um veículo, pedestre ou qualquer outro que esteja participando do trânsito.
O resto é imaginação (ou ficção) popular, e esta sim, costuma ser perigosa.
Normalmente, quando acontece um acidente a história corre de boca em boca, e em pouco tempo parecerá que houve um acidente em cada esquina e a cada minuto. Há um certo prazer em contar e ouvir histórias deste tipo. Mesmo depois de muito tempo, um acidente sempre é uma conversa interessante. O que foi um tombo causado por um susto acaba se transformando num coitado sob as rodas de um ônibus. para cada milhão de decolagens, o que transforma o avião no meio de transporte mais seguro existente. Mesmo assim só se fala nos que se esborracharam. Detalhe: nestes dois raríssimos acidentes não necessariamente houve morte, nem um arranhão sequer (o avião apenas pousou de barriga).
A imensa maioria dos ciclistas pedala sem sofrer acidentes de trânsito! Mas, bom mesmo é quando há sangue na conversa. 
O fato é que as pessoas se apegam a certas verdades muito mais para evitar a possibilidade de mudanças em suas vidas do que para qualquer outra coisa. "Vai que pedalar é muito mais seguro que imagino, eu vou ter que assumir que estava errado todo este tempo".
O que é novo é estranho e traz receios. Para quem pedala pela primeira vez no trânsito a situação pode parecer assustadora. Só nos conscientizamos que a maioria dos perigos são imaginários com a convivência, a prática.
Trânsito é previsível, tem lógica, responde à física. Há uma parte psicológica? Sim, mas esta também é previsível.
Todo acidente é causado por um erro, uma falha. Se não houver erro ou falhas, não haverá acidente. É óbvio, parece uma afirmação besta, idiota, mas não é, muito pelo contrário. Quem compreende esta verdade, entende o que é segurança no trânsito e praticamente zero a possibilidade de um acidente. 
Antes de culpar o outro, descubra qual é seu erro e você descobrirá a solução para o conflito. 

Para o ciclista em qualquer lugar:
 
1. seja educado;
2. obedeça as leis de trânsito;
3. sempre sinalize suas intenções;
4. use roupas claras ou chamativas;
5. Uso do equipamento de segurança;
6. mantenha os refletores limpos;
7. evite ruas e avenidas movimentadas;
8. mantenha-se à direita e na mão de direção;
9. não faça zig-zag: procure pedalar mantendo uma linha reta;
10. aprenda a ouvir o trânsito.


Se o ciclista seguir umas poucas regras básicas o risco de acidente cai praticamente a zero. Sempre haverá possibilidade de alguma tensão ou conflito, mas será bem mais difícil a ocorrência de um acidente.
O importante é você entender que, enquanto pedala e conduz a bicicleta, você é um ciclista, e não um motorista ou motociclista. Bicicleta acelera, mantém a velocidade e desacelera de uma maneira completamente diferente de qualquer veículo motorizado. Por causa disto a relação do ciclista com o trânsito tem suas particularidades que tem ser respeitadas.

Mais da metade dos acidentes de trânsito envolvendo ciclistas é responsabilidade do próprio ciclista. 


1. acredite no que é científico; tome cuidado com o que falam por aí;
2. mais de 50% dos acidentes são de responsabilidade do próprio ciclista;
3. 95% dos acidentes envolvendo ciclistas acontecem em cruzamentos;
4. em menos de 1% dos acidentes o ciclista sofre uma colisão traseira;
5. pedalar na contra-mão aumenta muito a possibilidade de acidente com seqüelas graves ou morte;
6. ciclista que veste roupas claras ou chamativas e sinaliza suas intenções, diminui sensivelmente a possibilidade de acidente;
7. boa parte dos acidentes são causados por falha na manutenção da biciclet

Se sua habilidade com a bicicleta não é boa e você tem que cruzar uma via muito perigosa ou cheia de obstáculos, cruze a pé, empurrando a bicicleta



1. nunca pedale na contra-mão, a não ser que esteja sinalizado;
2. não pedale onde o motorista não o pode ver;
3. nunca entre com tudo nos cruzamentos, esquinas ou saídas de estacionamentos;
4. nunca force uma situação contra um carro, moto ou ônibus;
5. não pedale muito próximo do meio fio;
6. não fique olhando para trás o tempo todo, somente o tempo necessário para perceber o trânsito no caso de necessidade de mudança de direção ou faixa. Preocupe-se com o que vem pela frente;
7. não use walk-man.


1. quanto espaço ele precisa para frear?  
2. para onde ele está olhando?
3. olho no olho do motorista ou pedestre;
4. se não é possível ver o olho do motorista, olhe para as rodas dianteiras do carro;
5. tente antecipar a reação do trânsito: olhe longe, pense adiantado
6. cuidado com a abertura das portas dos carros.


1. pedale de forma que seu comportamento transmita segurança aos outros;
2. só olhe para trás quando for realmente necessário;
3. em descidas fortes, evite deixar a bicicleta correr demais;
4. cuidado com mudanças de piso e suas diferentes aderências;
5. tampas de bueiro em aço ou sinalização pintada no solo quando molhadas escorregam muito;
6. com chuva ou chão escorregadio diminua a velocidade;
7. com chuva a visibilidade de todos fica prejudicada;
8. esteja sempre com a marcha correta engatada. Antes de parar a bicicleta nos cruzamentos engate uma marcha que lhe permita arrancar rápido.
9. Respeite o pedestre, sempre 


1. faixas de rodagem são calculadas para a passagem de um veículo por vez;
2. a maioria dos motoristas não pedala, portanto não sabe como a bicicleta se comporta em movimento;
3. a diferença de velocidade entre uma bicicleta e um automóvel é grande e o tempo de reação do motorista é baixo;
4. motoristas precisam prestar atenção em muita coisa ao mesmo tempo. A bicicleta é visualmente o menor dos veículos no trânsito, portanto o mais difícil de ser percebido;
5. motoristas de qualquer veículo grande não tem uma boa visibilidade externa, portanto o ciclista deve guardar distância;
6. um carro ou uma moto freiam mais rápido que uma bicicleta;
7. a bicicleta desaparece no ângulo formado pela coluna de um carro;


1. pedestres tem prioridade sobre ciclistas. Lembre-se que você também é um pedestre. Respeite para ser respeitado;
2. um pedestre pode mudar de direção de maneira muito brusca; Aproxime-se devagar, avisando sua chegada e passe guardando distância;
3. patins e skates também mudam de direção muito rápido;
4. cachorros e gatos tem reações inesperadas. Evite assustá-los;
5. próximo a árvores pode haver raízes perigosas 

Próxima materia Como pedalar melhor.

Postado Pelo Prof. Francisco Marcondes Gonçalves











segunda-feira, 5 de setembro de 2011


Dicas para uma pedalada mais segura a noite:

Use roupas claras. Usar roupas escuras à noite pedalar é camuflar-se na escuridão. A ordem é ficar o mais visível possível.
A lei obriga a usar refletores na dianteira, traseira e lateral da bike. Se você é prudente, vale a pena colocar também adesivos refletivos extras em seu capacete. Em caso de queda seguida de desmaio, os refletores tornam o ciclista bem mais visível no chão.
Pedalar em grupos ainda é a melhor solução para afastar os amigos do alheio. Ladrões são caçadores, e caçadores procuram por presas fáceis. Permanecer em grupo além de mais divertido é mais seguro.
Ao pedalar em grupo, evite ocupar uma faixa inteira do trânsito, pois isso pode irritar os motoristas. Pedalar em fila e à direita é o que manda a lei.

Óculos com lentes amarelas ajudam na visão noturna e diminuem o ofuscamento.
De noite o risco de você não ser visto por um automóvel ou pedestre é grande, por isso transite em velocidade mais baixa e redobre a atenção nos cruzamentos e próximo a lugares com grande concentração de pedestres. Velocidade baixa também vai evitar que você caia em algum buraco escondido na escuridão.
Boas pedaladas.

Transcrito do Orkut Vida Ativa.

sábado, 3 de setembro de 2011


AGRADECIMENTO DA ORGANIZAÇÃO DO I PEDAL 50K SERRA DO VITAL DE MTB


 

Realizamos com sucesso neste ultimo dia 21 de Agosto o I Pedal 50k Serra do Vital de Cajazeiras de MTB 2011. Agora é hora de começar uma nova etapa e encararmos os próximos desafios do II pedal Serra do Vital.

Nós como organizadores do I evento de MountainBike de Cajazeiras, Prof. Francisco Marcondes Gonçalves e Stênio Ferreira de Aquino, apostamos que é possível o crescimento do MTB (Muontainbike) em nossa cidade mesmo sabedores das dificuldades que venhamos a enfrentar. Um esporte que ainda precisa de muita organização e principalmente ser encarado por todos nos com mais profissionalismo. Hoje já vislumbramos a reais possibilidades de crescimento, isto configurado pelo sucesso do evento.
Aproveitamos para agradecer aos nossos patrocinadores, e participantes do Evento I Pedal 50k Serra do Vital e a todos aqueles que direita ou indiretamente contribuíram para seu sucesso, pois, sem eles nada disto seria possível. Não iremos aqui cita-los nominalmente para não corrermos o rico de pecarmos por omissão.
Temos a convicção da importância que foi realizarmos este evento, como é a nossa intenção darmos continuidade e a cada etapa iremos lançar novidades, tornando-o mais atrativo possível e quem sabe num futuro próximo competitivo.
Aconteceram tantas coisas boas, mais sabemos ainda ter muito a evoluir, tem muito chão para rodar e, quem sabe, novos tempos construídos por todos para fazermos este esporte crescer junto com nossos parceiros, é o que todos nos aspiramos.


Este ano os atletas que participaram do nosso pedal rodaram em média cinco horas em cima da bike, distribuídos em aproximadamente 53 quilômetros de percurso com dificuldades que compreendia superação, desde o nosso clíma abrasivo até as trilhas de subidas íngremes e que exigia dos nossos atletas grandes esforços físico e perseverança, isto intercalado com pausa para hidratação.
Foi oferecido aos participantes um kit com camisa do evento, garrafinha de hidratação, barras de cereal, café da manhã e dois postos de hidratação distribuídos ao longo do percurso culminando com almoço no restaurante NAS ALTURAS na Serra do Vital a 730 metros acima do nível do mar.





Para nossa alegria e satisão a cidade de Cajazeiras pela primeira vez na sua história abriu as portas para o seu 1º Evento de MTB do Alto Sertão da Paraíba. Deixemos claro que só temos a agradecer a todos e em especial a Prefeitura de Cajazeiras que recebeu com muita atenção toda a comissão organizadora. Tanto por parte do prefeito Carlos Rafael como dos seus secretários que nos apoiaram no evento inserindo dentro da grade de comemoum ração do dia da cidade. Fica aqui nossos agradecimentos e a certeza de maior envolvimento de todos para propiciar a melhoria desta modalidade e criar condições de termos num futuro próximo outro tipos de competição de MTB em nossa cidade.

A realização deste primeiro evento já foi uma conquista importante e que, sem a participação de todos, nada disso seria possível. Aproveitamos também para agradecer em especial e de coração a todos os atletas e convida-los para nosso próximo evento que se Deus assim nos permitir será no mês dsugestões e também elogios, serão muito bem vindos e tentaremos corrigir as falhas apontadas que com certeza aconteceram. No nosso Blog wwwvidativa.bogspot.com vocês irão ter acesso a esta pesquisa, paticipem! Fica aqui nosso compromisso de corrigir as posssiveis falhas do evento, pelo menos as que estiverem ao nosso alcance. Ainda temos muito a melhorar, mas isso será aos poucos. Precisamos conquistar a confiança dos nossos parceiros e mostrar que investir no esporte é um dos melhores caminhos para a formação da pessoa gerando saúde e cidadania.

Para chegarmos até aqui, recordamos automaticamente todas as dificuldades que passamos. É claro que isso é compartilhado com poucas pessoas e essas poucas pessoas foram à energia extra no momento certo. Quero agradecer com especial carinho a minha esposa Lenira que não mediu esforços para que o evento acontecesse. Queremos agradecer também a todos que, de alguma forma, pediram protecção a Deus para todos os envolvidos no I Pedal 50k Serra do Vital. Não temos dúvidas de que juntos construímos uma grande família do esporte. Conseguimos somar diferenças, encurtamos distâncias unindo atletas de varias cidades do nosso Estado, como: João Pessoa, Sumé, Santa Luzia Patos, Solânea, Catolé do Rocha, Sousa e Cajazeiras. E que com certeza, estejamos juntos no próximo ano com mais desafios, mais atletas e muitas trilhas. Até 2012, se Deus quiser!


Matéria: Prof. Francisco Marcondes Gonçalves






quarta-feira, 31 de agosto de 2011

REPENSAR A EDUCAÇÃO FÍSICA É MAIS QUE UMA NECESSIDADE É NOSSA OBRIGAÇÃO


01 DE SETEMBRO  DIA DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA

A Educação Física Escolar, seus caminhos e descaminhos.
 
A cada dia percebo como é difícil uma mudança de modelo, mas não impossível, dependendo apenas de algumas ações concretas em direção a esta mudança tão esperada.

A Educação Física Escolar através do tempo vem colaborando para a manutenção de valores de uma determinada classe social que prega, entre outras coisas, a valorização do individualismo, levando em conta apenas as habilidades motoras e selecionando pessoas como aptas e não-aptas.
Passar de um modelo conservador e militarista, em que só a competição e a exclusão são valorizadas para um novo que valorize a relação professor-aluno e invista em ações cooperativas dentro das aulas, talvez seja fácil, mas a meta não é criar um novo paradigma, pois este, mais cedo ou mais tarde, com toda certeza se esgotará. A busca é por uma nova consciência. Esta transformação também não é trabalho apenas para uma pessoa, pois, isoladamente, nada conseguiremos, portanto, a idéia é somar o máximo de pessoas em torno deste ideal e, a partir daí ousar sonhar com uma nova EFE, mais justa, democrática e que valorize todas as diferenças.

A EFE pode e deve contribuir no processo de ensino-aprendizagem dessa nova consciência, mas para que isto ocorra é necessária uma nova abordagem, pois a atual já está esgotada, uma vez que reforça uma cultura de exclusão. Penso que o mais viável seria criar e sustentar dentro das escolas uma pedagogia cooperativa, cuja aula de EFE se transforme num espaço onde todas as diferenças possam conviver e aprender umas com as outras, em harmonia, sendo respeitadas e, mais que isto, valorizadas. 
 Apenas com discurso nada será transformado; precisamos arregaçar as mangas e trabalhar muito em busca da EFE que acreditamos ser a melhor para a formação de nossas crianças e, que por meio dela possamos transformar o futuro. Quando perguntamos a qualquer professor de Educação Física o que é preciso para que ela seja ressignificada, tornando-se transformadora, temos várias respostas positivas. Felizmente, a Educação Física militaresca, discriminatória e excludente, que as pessoas conheceram e valorizaram um dia, não tem mais como existir dentro da escola, que agora deve ser para todos. Quando o professor de Educação Física Escolar arranca de um jogo uma criança, ele está negando a ela o direito a uma prática pedagógica, que é fundamental para a formação do tão sonhado ser humano integral. O professor de Língua Portuguesa, por exemplo, não pede para a criança que não sabe nada sobre verbo ficar de fora de suas aulas. Pelo contrário insiste em que ela aprenda. Saindo precocemente do jogo ou da aula de Língua Portuguesa, ela ficará privada de aprender. O professor não deve ser apenas treinador de habilidades, mas sim, um despertador de habilidades, pois trabalhar com as habilidades é fácil, difícil é propiciar habilidades a quem não tem.
Muitos autores já escreveram sobre isso, mas acredito e reafirmo que só com discurso nada se mudará, pois se fala muito e faz-se pouco.
A mudança deve ser gradual e o primeiro passo deve-se colocar meninos e meninas dentro de uma mesma aula, investindo em uma troca de competências em um processo de co-educação e negando a tão famigerada cultura da separação do futebol para os meninos e queimado para as meninas.

Existem muitas saídas para a Educação Física Escolar, porém pretendo falar sobre algumas delas, como a criação do jogo da escola (como conceitua Lino Castellani), do jogo possível a todos (Roberto Paes), do jogo que educa (João Batista Freire), da Educação Física plural (Jocimar Daolio), do jogo cooperativo (Fabio Brotto) ou da Educação Física inclusiva, valorizando a cultura corporal de movimento, e fazendo com que a aula de Educação Física seja um espaço para todos, sem exceção. Talvez o ideal seja abarcar e abraçar todas essas propostas em uma só.
Cabe aqui fazer uma pergunta. Qual é o jogo valorizado pela Educação Física Escolar hoje em dia? Será que corresponde com a expectativa que temos em relação à nossa sociedade?

Até por um total desconhecimento, na grande maioria das vezes, é o jogo com caráter competitivo, que é uma cópia fiel do esporte de alto rendimento, em que o que vale não é a participação, mas sim a aptidão física para vencer. Serve para selecionar pessoas, formar equipes "competitivas" e, em resumo, para excluir. Alguns professores baseiam-se no lema das Olimpíadas, "citius, altius, fortius", que significa mais rápido, mais alto, mais forte, e, cada vez mais exigem perfeição. Agindo assim, muitas vezes estão dando as costas para a EFE, claro que muitos, de forma inconsciente, pois não avaliam o mal que fazem à própria área. Em competição já somos todos especialistas, pois tivemos uma vida inteira de treinamento dentro dessa maneira de jogar e viver. Basta voltar ao tempo e lembrar os jogos de que participamos dentro da escola para percebermos porque isso acontece.

Se quisermos ver esta transformação refletida em nossa sociedade não podemos mais reforçar a competição, acreditando que a vida deve ser somente para alguns. Existe uma corrente, que apesar de tudo ainda resiste, que é a das pessoas que acreditam em uma mudança de consciência. Por que não criar, propor e sustentar novos jogos e atividades, em que a tônica seja o jogar com o outro, passando a enxergar o tão temível adversário como um solidário, ou seja, mais um que joga para ajudar na busca do objetivo final? O Esporte Educacional já poderia ser uma realidade, pois prega a participação de todos, do menino jogando junto com a menina, valorizando a cooperação, num processo de co-educação. Há alguns anos venho tentando modificar pessoas e percebi que só muda quem assim o deseja, pois é muito difícil fazer brotar algo que o outro ainda não tem. Depois dessa descoberta, o que faço é tentar seduzir a respeito da possibilidade de a Educação Física Escolar poder formar um ser humano mais cooperativo, honesto, crítico, independente e feliz.
 

A escola não deve mostrar só um lado da moeda (competição), pois existem muitas verdades e cada um tem a sua. Ela deve indicar duas maneiras (é claro que existem outras) que o ser humano tem para viver e jogar: Cooperação e competição. Lembro as palavras de Leonardo Boff: "Um ponto de vista é apenas a vista de um ponto".
Quem vai escolher é a criança, mas só escolherá se conhecer as duas, se perceber quais as diferenças e como se sente melhor: cooperando ou competindo? 
 Muitos imaginam que a graça do jogo está na competição, ou que a competição seja o aditivo principal do jogo. Há até os que acreditam ser o jogo sinônimo de competição. Para eles uma mensagem: Para a criança tanto faz cooperar ou competir, o que ela quer é o prazer de jogar, a alegria e descontração que o jogo pode proporcionar, seja ele cooperativo ou competitivo. Terry Orlick (pesquisador canadense) diz que um jogo pode nos formar em direções variadas. Qual é a direção que nós, educadores, queremos para a nossa sociedade? Qual a direção que já estamos? Dá para mudar? Como? Existe um caminho, que seria desmistificar a competição e ritualizar a cooperação em todos os momentos possíveis, pois em competição todos nós já somos especialistas. Que tal dar uma chance para a cooperação, reeducando por meio dos Jogos Cooperativos?
 
Espero ver dentro de todas as aulas de Educação Física Escolar, o gordinho, o magrinho, a menina, o menos hábil, o mais hábil, o portador de necessidades especiais, enfim todos os que, por uma razão ou outra, ainda se encontram excluídos. Aquele aluno que geralmente fica fora das aulas de EFE, é quem na realidade mais precisa delas, então, o modelo deve ser questionado e revisto. Por que insistir na prática dos chamados jogos escolares com o formato excludente, em que só os melhores têm vez? Por que não inventar os jogos escolares para todos, sem exceção? Para isso, os professores precisarão sentar e, discutir e tentar reinventar essa tal EFE, deixando de lado vaidades, pois o melhor professor não é aquele que ganha troféus para a sua escola, ou o que tem mais "atletas" em seu time. O troféu e o atleta são pura ilusão, pois na maioria das vezes não foram, na realidade, conquistas do professor. O menino que joga melhor, muitas vezes treina fora da escola, em clubes ou escolinhas de esportes, não sendo portanto, fruto do trabalho do professor. O professor deve perder a ansiedade de querer especializar crianças em determinados esportes e tentar formar uma bagagem motora rica e diversificada, para aí sim no futuro estarem aptas a jogar qualquer esporte.
 
O professor de Educação Física tem um papel importante na formação de novas normas, valores e atitudes que, certamente irão modificar a paisagem que vemos pela janela e da qual não gostamos. Apenas dizer que a competição faz parte da vida não ajuda, pois com toda certeza quem afirma isto não gosta do que vê. Não podemos perder o poder de indignação e devemos tentar, de alguma forma, modificar por meio das aulas o olhar sobre a vida, passando de uma visão de exclusão para uma nova visão, agora valorizando a inclusão de todas as diferenças.
Escola para ser boa deve ter movimento e sonhos, pois do contrário não irá cumprir o seu papel fundamental, que é transformar uma realidade difícil. Escola sem movimento e sonhos "já era", faleceu e esqueceram de enterrar. Sem falar e imóvel, só conseguiremos conservar o que já existe.
Escola é coisa muito séria e EFE deveria ser também. É chegada a hora de ajustarmos nossas estratégias e energia numa única direção, na direção de uma proposta transformadora que possa educar a Educação Física.

Prof. Francisco Marcondes Gonçalves